sábado, 29 de setembro de 2012

De como peguei o diploma da Uniube [capítulo 4]

Segunda-feira, 28 de abril de 2009.

Fiquei trabalhando o dia todo. Como já imaginava que seria uma loucura, trabalhei na escola de Santa Isabel a manhã toda, na escola de Biriricas a tarde toda e à noite voltei à Santa Isabel para deixar todo o planejamento em dia da semana em que eu me afastaria. Cheguei em casa e chequei os e-mails: o pessoal de Afonso Cláudio assegurava-nos que assim que chegássemos em Uberaba, seríamos atendidos e poderíamos voltar em seguida para entregar toda a documentação a tempo.

[Dei uma recuperada em alguns fatos que considero importantes...]

Na madrugada de 29 de abril de 2009 chegamos a Uberaba. Um frio danado nos aguardava. Ligamos para a Universidade e não fomos atendidos. Decidimos aguardar em um posto de gasolina o dia amanhecer para irmos até a famosa Uniube:


[Fachada da Universidade de Uberaba]

Nos dirigimos à universidade às 7 horas da manhã. Chegamos lá e fomos muito bem recebidos. Nos arrumamos, tomamos um café e fomos até a sala do Departamento de Serviços Acadêmicos, onde fomos recebidos por Hugo Gattoni, diretor de Serviços Acadêmicos, que efetuou a nossa colação de grau, com direito a toda a solenidade (menos a pompa que requer um evento desses). Foi um momento bem simples, com o muita coisa na minha vida. Mas foi assim que eu me formei, em Letras Português-Inglês pela Universidade de Uberaba.


[Hugo Gattoni, o diretor de serviços acadêmicos e a "formanda" aqui...rs]


[Em 2009, eu era assim!]

Ei, espera aí que ainda não acabou... só colei grau, até pegar o diploma ainda dá um resto de novela. Não sai daí que o capítulo 5 vem aí...rs

domingo, 23 de setembro de 2012

De como peguei o diploma da Uniube [capítulo 3]

Continuando...

[mas voltando um cadinho ao final de 2008]

Em dezembro de 2008, houve concurso público para várias categorias profissionais. Relutei muito, pois já havia feito dois concursos pela prefeitura de Marechal Floriano, todos os dois sem sucesso. Fiz pensando na graduação que viria: me atrevi a inscrever-me como professora de Língua Portuguesa. Fiz e passei. A hora da chamada é que foi um problema, fiquei com muito medo de ser convocada a tomar posse antes da colação de grau.

Pois bem, terminamos a faculdade, e eu enquanto contratada, assumi 25 horas como professora de Língua Portuguesa na EMEF Santa Isabel. Nessa ocasião, marcaram a nossa "super" colação de grau para o dia 06 de maio de 2009. Digo super por que não tiveram o mínimo trabalho ter uma data para cada licenciatura. Foi coletiva mesmo para quase 200 formandos, os de História, os de Matemática e nós, de Letras.

Acontece, que em abril desceu uma avalanche. Seis alunos da minha turma estavam entre a lista de aprovados dentre os professores de Português - eu estava entre eles!!! - e tínhamos que apresentar documentação em 30 de abril. A única solução foi pedir um adiantamento da colação de grau, que foi solicitado no dia 27 de abril. É, foi muito, muito em cima da hora. Mas no dia seguinte, 28 de abril de 2009 os seis alunos aprovados com a companhia da minha mãe, pegaram a estrada rumo à Uberaba!!!



[Na foto: o povo da viagem: Sirla, Joilson, Mirvane e eu - mamãe era apenas acompanhante. Na Fazenda do Estado, pegamos mais duas: Marcela e Sirlene]

sábado, 15 de setembro de 2012

De como peguei o diploma da Uniube [capítulo 2]


Galera, apertem os cintos que aqui vai a parte 2...

Bom, em Março de 2006 demos início ao curso de Letras Português/Inglês, pelo polo de Afonso Cláudio. Éramos uma grande turma composta por aproximadamente 40 MULHERES, e - pasmem - todas professoras. Eu era a única nesse meio que apenas tinha substituído. A turma era tão grande que acabou abrindo outra em Ponto Alto, desta forma, o polo de Afonso Cláudio ganhou dois sub-polos, um em Marechal Floriano (que era onde eu estudava) e outro em Ponto Alto (Domingos Martins). Continuem pasmando, queridos, porque a autora que vos escreve, reside no município de Domingos Martins, mas tinha que frequentar os municípios de Marechal Floriano semanalmente para as aulas e Afonso Cláudio mensalmente para os seminários. Sim, nada disso ocorreu por minha própria opção, tudo isso foi fazendo a vontade da minha mãe, que também precisava refazer o curso de Letras para validar a pós-graduação que ela já tinha feito.

Enfim, em 2006, eu já namorava há um ano. Ele não morava pertinho de mim, fim de semana era o único tempo que tínhamos para nos ver e nem sempre tínhamos o fim de semana... Muitas vezes eu ia duas ou três vezes no mês passar todo o fim de semana na faculdade. Ele reclamava, com razão...e eu também. foi muito, muito difícil manter namoro e faculdade simultâneos durante esses três anos.

Em Abril de 2006 comecei a dar aula de Inglês na EMEF Santa Isabel, escola onde estudei e fui criada. Foi a realização de algo que eu queria muito: ser professora de Inglês na escola onde estudei por grande parte da minha vida. Mas o primeiro dia de aula foi uma grande decepção. Nesse dia, saí chorando da escola, pensando "não quero ser professora, não nasci pra isso..." Até eu desconstruir isso na minha cabeça, levou muito tempo, segui muitos caminhos, ouvi muitas pessoas. Mas os três anos passaram, e no final de 2008 um concurso público da prefeitura municipal de Domingos Martins trouxe junto com o ano de 2009 uma excelente notícia: a aprovação e possibilidade em me tornar uma profissional estável. Nesse momento, me dediquei ao máximo para concluir a faculdade e em fevereiro estava com tudo certo para a colação de grau! Hora de encerrar este capítulo!!!

[Na foto: em Afonso Cláudio durante a facul!]

domingo, 9 de setembro de 2012

De como peguei o diploma da Uniube [capítulo 1]



Bom, vamos começar... Apertem os cintos! hehehe...

Desde criança tinha muito essa coisa de profissão na cabeça. Ser dona de casa e não trabalhar nunca fez parte dos meus planos, então desde criança pensava em ter uma profissão.

Aos cinco anos, queria ser pediatra. Aos dez, advogada. Aos quatorze, estilista.

Até chegar à profissão "pé-no-chão" de professora, demorei e relutei um pouco. Sempre vi como e quanto a minha mãe trabalhava. Sempre soube do quão sacrificante é a vida de um professor, não apenas financeiramente falando. Até porque nunca concordei em ver minha mão cuidando muito mais do filhos dos outros do que de mim. Por este motivo, sempre tive vontade, mas briguei muito contra isso. A profissão está no meu sangue, apesar de eu nunca ter assumido isso.

Aos 16 anos, no ano de 2004, surgiu a chance de fazer um curso chamado Magistério. Para os leigos, é um curso de nível de Ensino Médio, no qual a pessoa se habilita para lecionar nas séries iniciais do Ensino Fundamental, desde a Educação Infantil até o 5º ano. Pois bem, entrei nesse curso, no dia 08 de maio de 2004, dia que completei meus 17 anos. Mal imaginava que seria uma decisão crucial para toda a minha vida.

Ao concluir o Ensino Médio, ainda no ano de 2004, fiz o vestibular para ingressar na tão sonhada Universidade Federal do Espírito Santo, para ingressar no curso de Letras/Inglês. Como tinha de ser, não passei. Não me culpo por não ter passado, apenas tive um tempo de frustração por isso, mas no ano seguinte poderia tentar novamente. Nesse ano de intervalo, comecei a fazer curso de Inglês lá na UFES. Já que eu não ia fazer a faculdade, ia para lá de todo jeito, pra fazer cursinho mesmo. Foram quatro maravilhosos anos, nos quais eu conheci gente maravilhosa, que morro de saudade até hoje... Aprendi muito, sem dúvida, desenvolvi muito enquanto pessoa também. Estudei para o vestibular pouco, mas fiquei mais calma.

Às vésperas de fazer o segundo vestibular da UFES, (no ano de 2005), ela apareceu. Oferecendo mundos e fundos, uma educação de qualidade por um preço acessível e em lugar próximo. O sonho da Carminha, que ficava louca em pensar que eu teria que sair de casa pra fazer faculdade. Ela mesma se encarregou de me inscrever nesse vestibular. A data? A mesma do VestUfes - 27/11/2005. O pior nem era a compatibilidade de datas, por que os horários das provas eram diferentes, o problema é que a prova da Uniube era em AFONSO CLÁUDIO!!! Apesar de a faculdade oferecer o mesmo curso no polo de Cariacica, dona Carminha aprontou mais uma vez e me inscreveu para fazer a faculdade em Afonso Cláudio... Chorei, briguei com ela, falei que não deixaria de fazer o vestibular da UFES para priorizar esse, mas nada adiantou. Mesmo que eu passasse na UFES, era a Uniube que eu iria cursar. Afinal, era a única que oferecia um valor que ela poderia pagar. Contra a minha vontade, fiz o vestibular, passei, matriculei.

E o VestUfes? Não...nada feito!

Em 2006, no dia 15 de janeiro, efetuei a matrícula nº 1005362, no curso de Letras - Português/Inglês da Universidade de Uberaba, no polo de Afonso Cláudio.


[Na foto: minha formatura do curso de Magistério, que aconteceu em 2006 - e eu era ruiva! haha!]

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Antes da historinha...

Antes de começar a postar capítulos contando a história de como cheguei até o meu diploma, preciso fazer uma breve pausa para postar um poema, escrito por mim, pensando no meu príncipe...aquele do cavalo vermelho, que mora em um longínquo castelo...

Quando as almas se encontram

Segundo as lendas dizem
Nós não somos apenas um
Nossas almas se dividem
Com aquele que temos algo em comum

Não se pode explicar
Os outros não vão entender
Estava escrito em algum lugar
Meu nome e o seu: eu e você.

Foi num tempo que eu não sei
Você também não se lembra
Minha alma eu te entreguei
Sentimento íntegro que não se desmembra.

Dessa forma consolidamos a jura
Do amor que se tornou eterno
Sem voltar atrás, sem cura
Amor amigo, amante, fraterno.

Já nessa vida nos encontramos
Sem entendermos, tudo voltou
Por acaso as famílias incentivaram-nos
Eu te olhei, você me olhou...

Numa tarde quente de janeiro
Sem segundas intenções
Magia surgiu por inteiro
Disparando os corações.

Mensagens, ligações, encontro marcado;
Coisas que nos aproximaram
Em pouco tempo foi constatado:
Os dois se apaixonaram.

A distância é o empecilho
Ela separa a nós dois
Por enquanto você está tranquilo
Está deixando pra depois.

Por pouco tempo, eu espero
Ansiedade é algo difícil de lidar
É sem querer que eu te quero
Um dia, quem sabe, juntos podemos estar.

Casa, trabalho, uma família feliz
É o que esta professora quer
Coisas simples que sempre quis
Sonho, normal, de toda mulher.

Não será qualquer um que realizará
O que eu tanto quero viver
Mas o destino vai se encarregar
De unir de novo eu e você.

Amor de alma, coisa de outra vida
Coisa que não há como explicar
É assim que vivo: dividida,
Vivendo a te esperar...

(Carolina da Penha)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Em breve...

Caríssimos,

Em breve contarei uma história pra ficar na História!

Acredito que todos têm adversidades na vida em relação a muitas coisas. Eu, particularmente, acredito que na minha vida tudo é adversidade - e não é à toa que gosto de ensinar as Orações Coordenadas Adversativas hahaha!

A partir de hoje vou postar em capítulos aqui no blog uma historinha que teve desfecho positivo no mês passado. Alguns de vocês podem até se identificar com a história, afinal, quem entra na Uniube nem sabe como vai sair, né? Então, o que será contado aqui é mais ou menos como eu entrei e saí de um (dentre a coleção de cursos em modalidade EAD que fiz).

Até o próximo post!!!

Bjinho!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Minha dívida

Sei que estou devendo algumas postagens aqui, mas as coisas andaram tão doidas, tão corridas...

Prometo que estou voltando. Mais preocupada, mais nervosa, mais corajosa, mais sensível...

Mais tudo...tudo mesmo! [Até de visual novo estou!!!]

"O Amor Acaba"



O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

[Crônica de Paulo Mendes Campos, trabalhada com a 8ª série para a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro 2012]

*Na imagem, casal fotografado por mim em setembro de 2010, que já se separou... :/