quarta-feira, 31 de julho de 2013

Te amarei de "fevereiro a fevereiro"*

Meu amor:

Então, um dia você me declarou: 'ainda não sei qual é a vantagem que você leva em estar comigo'.

Pensando, pensando...vantagem? Realmente não sei. Mas sei o porquê de estar com você.

Por que você passou três dias de carnaval me dando atenção e querendo saber se no dia seguinte a gente ia se ver.

Porque você mandava mensagens diariamente me tratando não como sua ex-professora, aquela que qualquer ex-aluno pegaria, mas como alguém que reencontrava uma pessoa especial (foi assim que me senti, pelo menos).

Por que sem nem pensar no que a maioria das pessoas falava, você quis sair comigo, andar de mãos dadas e me apresentar pros seus amigos.

Por que você topou entrar no meu grupo de amigos e conviver com eles.

Por que ao completarmos um mês você disse: "Obrigado por aparecer na minha vida e melhorar tudo".

Por que nesse primeiro mês você invadiu tudo o que eu pensava, não deixando espaço pra mais ninguém.

Por que por você, eu também não me importei com o julgamento de ninguém.

E por você, mudei tudo o que eu pensava sobre relacionamentos.

E por você, estou aprendendo a ter auto-controle.

Por você, criei paciência para entender que o que importa é estar do seu lado, não interessa a hora, nem o lugar.

Por você, engoli sapos e sapos... Daqueles que eu nem digeri ainda, mas faço isso sem me importar, por que fazer coisas por você valem a pena.

Por que quando você abre um sorriso, nada mais me importa.

E quando você está do meu lado, é como se o mundo fosse completo. Mesmo quando você aparece nos meus sonhos, e aí eu acordo sabendo que não era real, mesmo assim, fico feliz por poder ver você.


E mesmo que você não acredite em nenhuma dessas palavras, ou mesmo que você não responda o que eu espero que você responda, eu ainda quero te dizer mais uma vez: EU AMO VOCÊ! (e essa é a vantagem em estar ao seu lado.)

"Achei vendo em você, e explicação nenhuma isso requer..."**
[* Título apropriado da música "De janeiro a janeiro", do Nando Reis.
** Trecho da música "Pra você guardei o amor", também do Nando Reis.]

sábado, 6 de julho de 2013

Como fiz um TCC em 20 dias - parte V

CAPÍTULO 2: IMAGENS QUE FALAM

2.1 – O olho que vê o passado

Para KOSSOY (2001) toda captura é feita com algum objetivo: se é retratar uma pessoa, um lugar, ou se a foto destina-se a servir como documento de alguma construção. O que se conclui é que no mundo onde se passou a possuir uma máquina com o fabuloso poder de retratar fielmente as imagens que são vistas e colocá-las no papel, a fotografia adquiriu também valor de documento, não apenas histórico, mas como objeto de arquivo, para futura pesquisa. Assim, as imagens que foram coletadas são referentes, em sua maioria, a épocas antigas – aproximadamente da década de 1950 – da comunidade, retratando seu cotidiano simples e interiorano.
A fotografia não está enclausurada à condição de registro iconográfico, isento dos cenários, personagens e fatos das mais diversas naturezas que configuram os infinitos assuntos a circundar os fotógrafos, onde quer que se movimentem. Há um olhar e uma elaboração estética na construção da imagem fotográfica. A imaginação criadora é a alma dessa forma de expressão. [...] (KOSSOY, 2001. p.49)

Refletindo acerca de todos os depoimentos adquiridos e observando as fotografias coletadas, os alunos da Escola de Santa Isabel iniciaram suas análises, conhecendo mais sobre a criação e adaptação do seu próprio âmbito educacional. Os alunos selecionados a participar da investigação, primeiro passaram por alguns critérios de seleção no que diz respeito à disponibilidade de frequentar a escola em um turno matutino, dificuldade/facilidade no transporte e interesse no assunto. De acordo com a direção da escola, os alunos matriculados no turno vespertino seriam mais adequados a participarem pelo fato de não precisarem sair da sala de aula. Dentre os 96 alunos do turno vespertino, dezesseis inscreveram-se para participar, mas nas atividades compareceram apenas seis.

A primeira ação foi realizar uma mostra dos vídeos obtidos com as entrevistas. A pesquisa com os depoimentos foi construída juntamente com eles e a história foi novamente contada e “costurada”. Com isso, tivemos a oportunidade de juntar todas as partes contadas e montar a história oficial, que faz parte do primeiro capítulo desta pesquisa.


2.2 – As imagens do passado, o que dizem?

Conforme a história da escola surgia e tomava forma, as imagens adquiridas tomavam lugar de “ilustração” dessa história. Analisar com mais calma essas fotografias, por sua vez, tornou-se objeto indispensável para maior compreensão de tamanha importância. Não se pode, portanto, deixar de relacionar imagem e palavra, pois ambas apresentam complementaridade, são coordenadas uma à outra. De acordo com JOLY (1994) é através desse dialogismo entre imagem-palavra que se pode verificar a veracidade do que é retratado no que se vê. Relação esta confirmada por KOSSOY (2001) quando diz:

Deve-se por outro lado entender que a imagem fotográfica é um meio de conhecimento pelo qual visualizamos microcenários do passado; contudo, ela não reúne em si o conhecimento do passado. O exame das fontes fotográficas jamais atingirá sua finalidade se não for continuamente alimentado de informações iconográficas (...) e das informações escritas de diferentes naturezas contidas nos arquivos oficiais e particulares, [...]
(KOSSOY, p. 78, 2001.)


Assim, a partir de questionamentos simples, os alunos analisaram as fotografias coletadas relacionando-as à história já ouvida.

Foto 1: Leilão de Gados para arrecadação de fundos beneficente à construção do Pré-Juvenato São Francisco Xavier. Santa Isabel, por volta de 1956. Arquivo pessoal de dona Edith Wernersbach Stein


“Vejo na foto, como a descrição mesmo diz, um leilão de bois na praça. Sei que é a pracinha daqui por causa do busto do Irmão Câncio que está ali. Há muitas casas velhas, bois e homens. Eles estão com muita disposição para arrematar um boi. Hoje em dia, a fachada das casas é diferentes, o busto está em outro lugar, não acontecem mais leilões no meio da rua. Acontecem, mas só quando tem festa aqui. Essas são as diferenças principais.”

João Victor Guarnier Astori, 14 anos, aluno da 8ª série.


Foto 2: Alunos do Pré-Juvenato São Francisco Xavier. (sem data) Arquivo pessoal de dona Edith Wernersbach Stein

“Na foto, aparecem meninos usando farda. Eles estão alinhados para tirar foto. Provavelmente, tirar foto não é um hábito deles por que eles estão muito duros na pose, e estão muito sérios também. Só alguns estão rindo, devem ser os mais atentados da turma. Eles estão em um lugar onde tem muito mato e o professor está no fundo da foto observando tudo. Pela cara dele, deve ser muito rígido.”

Ítalo Uliana Guarnier, 13 anos, aluno da 7ª série.


Foto 3: Inauguração do Pré-Juvenato São Francisco Xavier. Arquivo pessoal de dona Edith Wernersbach Stein

“As pessoas estão em volta do seminário, dá pra ver que está tendo uma festa lá. A rua é muito diferente da de hoje em dia. Hoje tem pavimentação, muitas casas em volta. O seminário não é mais assim, agora lá tem quadra, campo de futebol, piscina.”

Ítalo Uliana Guarnier, 13 anos, aluno da 7ª série.

[Continua na próxima devido a quantidade de imagens a carregar...]