quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Eu respiro tentando encher os pulmões de vida...*



Bom, às vezes as pessoas me veem como alguém forte. E talvez eu seja mesmo uma pessoa que hoje em dia possa se classificar como forte. Mas isso acontece não pelo fato de eu ter sido sempre assim. Eu sou uma pessoa fortalecida. Sou fortalecida pelos acontecimentos passados que me fazem ser e pensar dessa forma que estou hoje.

Hoje eu percebo que o ser humano (não vou dizer que são as mulheres ou só os homens) é um ser muito ansioso. Temos ansiedade em ver rápido o resultado dos nossos investimentos, das nossas investidas, dos nossos relacionamentos. Temos pressa em aproveitar o tempo, como se o mundo fosse acabar a qualquer momento. Sem dúvida eu me incluo nesse grupo. Eu também faço parte da "geração-ansiedade" que vive nesse mundo. Depois de dois relacionamentos, acabei me tornando alguém que não consegue se livrar do fantasma da desconfiança e isso acaba por afastar que se aproxima.

Afasta porque simplesmente eu não consigo mais me envolver. Como eu já discuti aqui antes (na postagem "L'Amour", de 14 de junho de 2012) acabo achando que o amor é coisa que nem existe mais. Sabe quando tudo o que você queria que acontecesse acontece? E aí você descobre que aquilo que você tanto queria nem é o suficiente... Que decepção... será que eu nunca vou me curar? Será que isso é normal?

É nessas horas que eu vejo o quanto as minhas feridas ainda estão abertas. Mesmo que eu tenha tentado me vingar e dar o troco, mesmo que eu tenha tentado evitar piores males, mesmo que eu tenha a consciência tranquila em saber que fiz o que estava ao meu alcance. Percebo que minhas feridas sangram porque quase sempre eu mexo nelas. O quanto eu me senti ofendida ao ouvir ouvir da pessoa que mais amei "Você, Carol, era nada que eu queria, você era a gordinha simpática da turma, mas aprendi a gostar de você. Já ela... ela é top, né? Recusar era dar bobeira." Depois, numa segunda tentativa, ouvir "Claro que eu quero ter um filho, talvez até mais que você. Mas não vai ser quando você quiser..."

Fui desistindo dessas tentativas... fui me magoando cada dia mais, fui lembrando dessas coisas que não saem da minha cabeça. E aí acabo achando que ninguém mais é merecedor do que tenho a oferecer a alguém. Talvez eu nem tenha mais muito o que oferecer, porque a desconfiança já faz parte de mim como algo visceral. Talvez eu nem consiga mais ser a namorada que fui, por que agora (de acordo com o que li em um horóscopo uma vez) acredito ser "uma pessoa que nunca vai acreditar que alguém a ama, porque chega nessa vida muito magoada e ressentida". Acho que hoje aos 25 percebo como essa previsão fez sentido...

[*Título extraído da música "50 receitas", do Leoni.]

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