Então, hoje é preciso lembrar do
último dia 17, e como a partir desse dia, eu perdi o medo do mês do desgosto.
Talvez eu esteja equivocada em mergulhar em mais uma tentativa. Mas é por causa
dessa tentativa que eu recuperei os meus sonhos, que eu pensava que tinham
morrido. Aliás não eram só os meus sonhos que não tinham mais vida. Eu já não
vivia mais, eu apenas sobrevivia.
Foram tempos muito difíceis. Tempos
os quais, eu me julgava no fim, eu me julgava indigna de um dia ser feliz
plenamente com alguém. Os meus erros cometidos nos tempos anteriores (e que
fique registrado que eu só errei na tentativa de acertar) fizeram com que eu
desacreditasse de mim mesma, como se eu realmente não valesse muita coisa ou
não tivesse dignidade para merecer o amor e os sonhos de alguém. Pensei mesmo
que eu não precisava existir mais. O que eu não tinha era a coragem, porque eu
não tenho o direito de causar sofrimento para as pessoas. Pensei isso tudo,
pensei mal de mim mesma, como se fosse mulher merecedora apenas de pouco, das
migalhas, do mero momento que eu poderia oferecer pra alguém.
Mas num dia não muito especial, eu vi
a luz.
Ele apareceu, com todas as boas
intenções, e toda a atenção dele, e hoje eu nem consigo mais passar muito tempo
sem ouvi-lo, ou mandar uma mensagem, ou ainda dizer o tudo que ele já fez. Já
me fez sonhar, já me mostrou que não importam os meus erros passados, já me fez
ver que eu ainda posso ser feliz de verdade.
Nem sei se eu mereço todas as músicas
lindas que ele me manda, ou todas as vezes que ele diz que eu sou especial. Eu
sei que é muito cedo pra tantos sonhos, tantos planos. Mas já aqueceu meu
coração, já me fez feliz, e eu só posso ser grata, imensamente grata.